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Nunca sabemos o que pode nos acontecer e quanto tempo vamos estar presentes nas vidas dos filhos.
Claro que esperamos estar para sempre ou pelo menos por um longo período da vida deles, poder conhecer netos, bisnetos e até tataranetos.
A questão é que, estamos vivos ou não, uma cápsula do tempo pode tornar as lembranças coisas especiais, tanto quando ela é preparada como quando ela finalmente é aberta.
Se estivermos vivos, melhor pois além de resgatarmos nossas memórias através dos objetos guardados, também lembraremos do dia em que montamos a cápsula.
Se não estivermos mais entre eles ao abrirem, seremos memória viva na ocasião e seremos ainda lembrados pelo que deixamos lá também.
O que é uma cápsula do tempo?
A cápsula do tempo é um recipiente onde vamos armazenar objetos e informações de várias épocas do passado e do presente para que sejam abertos apenas depois de muitos anos, geralmente 20 a 30 anos depois, com o objetivo de mostrar para as futuras gerações as coisas que foram importantes em nossa época de vida, como também episódios pessoais, familiares, muitas vezes.
Esse nome surgiu em 1937, mas a ideia de guardar lembranças para as próximas gerações já era praticada na época da Mesopotâmia e virou uma espécie de hábito cultural.
Como fazer uma cápsula do tempo?
- Recipiente adequado: Em primeiro lugar, é importante que ela seja feita em um recipiente impermeável e imperecível, hermético que não seja facilmente biodegradável. O ideal mesmo é que seja de plástico ou de vidro, para que demore a se desfazer, apesar do tempo e mantenha os objetos livres de umidade, fungos e etc.
- Data de abertura: A data de abertura você vai escrever em uma etiqueta “ABRIR SOMENTE EM” que ficará no fundo da cápsula. Se ela for transparente, por dentro. Se não for transparente, por fora.
- Carta: Escreva uma carta de próprio punho com data e local sobre você, sobre porque escolheu fazer a cápsula do tempo, onde aprendeu, como decidiu, etc. As cartas das cápsulas do tempo geralmente começam com “Querida eu do futuro…” quando são para nós mesmas ou “Olá, queridas e queridos”, caso seja destinada a outras pessoas.
- Fotos: Escolha muitas fotos suas e de coisas da nossa geração, como cantores famosos, pessoas, celebridades, alguém que você admire, coisas que você come, passatempos, etc.
- Objetos: Reserve exemplares de coisas que você acha que serão diferentes na época em que a cápsula for aberta. Por exemplo: na nossa época, eram usados disquetes, hoje são usados pen drive. Para ficar ainda mais legal, deixe uma mensagem de vídeo no pen drive e escreva nele com um esparadrado: “Tem uma mensagem aqui”. Action figures, bonecas, brinquedos, rótulos e embalagens de produtos, vale tudo!
- Outras coisas: no pen drive, além da mensagem, também seria legal deixar vários video clipes de cantores da época, gírias que usamos, etc.
- Armazenamento: Separadas as coisas, coloque-as dentro do recipiente de forma que a tampa não fique sendo forçada a abrir, para garantir a segurança das coisas guardadas. Se for o caso, mesmo que o recipiente seja hermético, coloque-o num daqueles saquinhos ou embrulhe-o com generosas camadas de papel filme. Ou, ainda, faça os dois.
- Onde guardar: Se você tiver um terreno da família, enterra-la em algum lugar é uma boa opção. Só tem que ficar atento para não acabar construindo em cima e aí nunca mais encontra-la depois. Se não for o caso, também pode guarda-la bem em algum lugar muito escondido e que o interior dela não fique a vista.

Você pode fazer várias delas com tempos de abertura e para pessoas diferentes e inclusive algumas para você mesma.
As cápsulas do tempo são um resgate de nós mesmas de forma nostálgica e são uma forma divertida de ensinarmos ludicamente os filhos a liderem com o passado: ele não vai deixar de existir, mas a gente continua vivendo sem ficar toda hora lembrando dele, assim como lembrarmos, será de um jeito saudoso, de um jeito bom.
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